Este Blog é dedicado à Mostra Internacional de Teatro de Santo André, projecto principal da AJAGATO, Associação Juvenil Amigos do GATO. Aqui poderão encontrar todas as informações sobre o projecto e acompanhar as novidades. Fiquem atentos!
16ª MITSA, UM GRANDE FESTIVAL FEITO COM PEQUENOS APOIOS
(…) A exiguidade das verbas atribuídas ao teatro
é normalmente justificada, dentro da retórica habitual, com o argumento de que
diante da crise os sacrifícios tocam a todos e o teatro não pode ficar de fora.
Já se sabe que, na verdade, os sacrifícios não tocam a todos, e não podiam, de
maneira nenhuma, tocar da mesma forma. (…)
Na realidade, o Estado está a dever muito mais dinheiro ao teatro do que
o teatro ao Estado: se não fosse a actividade das companhias independentes
subvencionadas, que executam a maior parte do serviço público no que diz
respeito à criação teatral, não haveria verdadeiramente teatro no nosso país.
(…)
Joaquim
Benite - in “O teatro e a defesa da cidadania” Julho de 2012
A Mostra acumula sucessos
artísticos e aumentos de adesão de público na mesma medida em que enfrenta os
défices crónicos por mais apertada que seja a planificação e a gestão de
recursos. A saga da manutenção deste projecto, que recebe anualmente os mais
rasgados elogios do público e das próprias companhias participantes, continua e
exige cada vez mais disponibilidade e engenho à pequena estrutura organizativa.
Mas, no entanto, de 1 a 28 de Junho aí está uma vez mais a 16ª Mostra
Internacional de Teatro “rasgando o quebranto da vila” em Santo André e
Santiago do Cacém, reunindo 14 espectáculos diferentes de outras tantas
companhias profissionais cujas apresentações se estendem a Sines, Porto Covo,
Grândola, Odemira, S. Teotónio e Alandroal no âmbito do estabelecimento de
parcerias de acolhimento.
A Mostra é um projecto cultural
de grande significado para a região e um exemplo de capacidade de resistência
dos seus promotores e da dinâmica da associação AJAGATO que, sem o apoio
mecenático que o evento justifica, o realizam com o recurso a uma vasta rede de
patrocinadores locais e algumas entidades com as quais estabelece protocolos
anuais de colaboração: C. M. santiago do Cacém; Junta de Freguesia de Santo
André; Repsol, Polímeros; Águas de Santo André; Galp, Refinaria de Sines.
Um agradecimento público aos
parceiros de acolhimento, os municípios de Sines, Grândola, Odemira e Alandroal.
Importa realçar que estas parcerias beneficiam da nossa capacidade de organização
e sobretudo da estratégia artística global da programação mas, por outro lado,
o trabalho em rede facilita a contratação das companhias e diminui os custos
financeiros, o que corresponde a uma das linhas de acção que temos vindo a
privilegiar nos últimos anos.
Um agradecimento público a todos
os patrocinadores e apoiantes que, com a sua solidariedade, nos permitem
continuar a enfrentar este desafio para o qual necessitaríamos de um apoio
mecenático que nos ajudasse a evoluir a estrutura organizativa e a garantir uma
maior projecção da Mostra.
As entidades com quem
estabelecemos protocolos anuais merecem uma atenção muito especial, pelo
crédito e segurança que nos dão para o planeamento atempado das actividades:
Câmara Municipal de Santiago do Cacém; Junta de Freguesia de Santo André;
Repsol, Polímeros; Águas de Santo André; Galp, Refinaria de Sines. Para todas
as outras empresas e instituições referidas nos materiais de divulgação, o
nosso sincero agradecimento porque o seu apoio ajuda a materializar o evento e
dá-lhe uma expressão verdadeiramente participada do tecido empresarial desta
região.
A Mostra Internacional de Teatro de Santo
André afirma-se, ano após ano, como um festival de grande qualidade artística
que cumpre a função prioritária de um evento desta natureza – “desenvolver um fluxo significativo de público
genuinamente interessado pelo fenómeno teatral e simultaneamente contribuir
para o alargamento desta dinâmica de promoção e formação teatrais a uma área
geográfica cada vez maior”. O programa deste ano, a despeito das reiteradas
dificuldades de financiamento, mantém o elevado nível de exigência qualitativa e
junta algumas das melhores e mais prestigiadas companhias portuguesas de teatro
e com elas os actores e encenadores de referência no panorama teatral português.
A componente internacional está assegurada por uma companhia italiana, o TEATRO
PICARO, que deixou uma extraordinária impressão em 2014 e por isso regressa,
bem como por uma companhia espanhola, LUCAS LOCUS, com uma linguagem muito
particular de teatro/circo. Estas duas companhias integram o programa com cinco
representações e um workshop.
Este ano abrimos a programação
para o público em geral com a apresentação dos “Bonecos de Santo Aleixo”, uma proposta
de teatro popular cuja origem remonta ao séc XVIII. Os bonecos, hoje propriedade
do CENDREV, são agora manipulados por actores profissionais que garantem a
continuidade desta expressão artística alentejana e a levam a inúmeros
festivais em todo o mundo.
Por outro lado, voltamos a ter no
programa um espectáculo profissional do GATO SA, com a mais recente produção,
VAI VEM, um espectáculo de teatro físico recentemente estreado na BARRACA, em
Lisboa, fruto de um arrojado projecto luso-colombiano iniciado em Setembro de
2014. Julgo que a Mostra faz mais sentido desta maneira e tentaremos, por isso,
dar continuidade a esta vertente de criação autónoma para integrar no festival.
Mas a programação deste ano inclui
outras peças recentemente criadas e que receberemos como uma das suas primeiras
apresentações. É o caso de “Balada do Velho Marinheiro” do TEATRO DO MAR,
estreado em Sines a 17 de Abril; de “António e Maria” do TEATRO MERIDIONAL,
estreado a 7 de Maio no CCB; de “Hotel Flamingo” da PROPOSITÁRIO AZUL, estreado
a 7 de Maio no Cinearte em Lisboa; de “Nham Nham” da Academia INATEL, com
estreia prevista para 12 de Junho no Teatro da Trindade; de “A Razão” do TAS,
com estreia também marcada para junho em Setúbal. Pela primeira vez programamos
50% de espectáculos acabados de montar, o que só é possível com uma grande
confiança e cumplicidade com as companhias e os criadores, forjada ao longo de
15 anos de festival.
De destacar que teremos pela
primeira vez no nosso palco, para além dos actores internacionais, a grande
Maria Rueff com o Teatro Meridional; mas também o regresso sempre desejado da actriz
Maria do Céu Guerra, à frente de um grande elenco, com uma versão do Tartufo reescrita
por Hélder Costa.
Mário Primo
Director Artístico da MITSA
PREÇÁRIO
Entradas Permanentes:
25,00 € - Público em geral
15,00 € - Sócios da AJAGATO *
* Os associados deverão ter a quota de 2014 paga.
A E.P. permite o acesso a todos os espetáculos em Vila Nova de Santo André, incluindo os realizados em Santiago do Cacém. No entanto, obriga ao levantamento do bilhete diário, procedimento que deve ser feito impreterivelmente até às 19.00 horas do dia de véspera do espetáculo, no CAPAG. A partir desse momento todos os bilhetes disponíveis serão postos à venda. Os bilhetes de Santiago do Cacém, devem ser levantados na respetiva bilheteira até às 21h de dia do espetáculo.
Bilhetes – Espetáculo Noite:
5,00 € – Público em geral
3,00 € – Sócios da AJAGATO
3,00 € – Estudantes
Grátis – Até aos 6 anos desde que ao colo
Grátis – 2 Bilhetes p/ espetáculo aos Patrocinadores desde que confirmado até às 19:30h da véspera do dia do espectáculo.
Os Bilhetes serão vendidos diariamente em dois locais:
Na Teatroteca/CAPAG, das 16 horas às 19.30 horas;
No dia e no local do espetáculo, uma hora antes do mesmo;
Os bilhetes para os espetáculos das extensões de acolhimento são vendidos nas Bilheteiras dos respetivos Auditórios, de acordo com o seu horário de funcionamento;
Os Bilhetes e as Entradas Permanentes estarão à venda na Teatroteca/CAPAG a partir de 25 de Maio;
Os bilhetes para os espetáculos do fim-de-semana são postos a venda a partir da segunda-feira anterior.
PROGRAMA // JUNHO 2015
ESPECTÁCULOS PARA A INFÂNCIA
1. Segunda . V. N. Santo André . Auditório ESPAM
duas sessões | 11:00 h . 14:30 h
duas sessões | 11:00 h . 14:30 h
2 | 3. Terça e Quarta . Santiago do Cacém . Auditório António Chainho
duas sessões | 11:00 h . 14:30 h
Uma Mão Cheia de... (+ver mais)
TAS
3. Quarta . V. N. Santo André .
Auditório CAPAG
duas sessões | 10:00 h . 11h30 h
ESPECTÁCULOS PARA TODAS AS IDADES
CENDREV
4. Quinta . Santiago do Cacém . Auditório António Chainho | 22:00 h
TEATRO DO MAR
5. Sexta . V. N. Santo André . Parque
Central | 22:00 h
12. Sexta . Porto Covo . Praça Marques de Pombal | 22:00 h
12. Sexta . Porto Covo . Praça Marques de Pombal | 22:00 h
GATO SA
28. Quinta . Grândola . Cine Granadeiro | 21:30 h
6. Sábado . V. N. Santo André . Auditório CAPAG
duas sessões | 18:00 h . 22:00 h
7. Domingo . V. N. Santo André . Auditório CAPAG | 18:00 h
27. Sábado . Sines . Auditório CAS | 22:00 h
A BARRACA
4. Quinta . Grândola . Cine Granadeiro | 21:30 h
6. Sábado . Sines . Auditório CAS | 22:00 h
6. Sábado . Sines . Auditório CAS | 22:00 h
7. Domingo . Santiago do Cacém . Auditório António Chainho | 22:00 h
A Entrada do Rei (+ver mais)
ESTE - ESTAÇÃO TEATRAL
10. Quarta . São Teotónio . Sociedade R. S. Teotónio | 21:30
12. Sexta . V. N. Santo André . Auditório ESPAM | 22:00 h
Hotel Flamingo (+ver mais)
PROPOSITÁRIO AZUL
13. Sábado . V. N. Santo André . Auditório ESPAM | 22:00 h
13. Sábado . V. N. Santo André . Auditório ESPAM | 22:00 h
António e Maria (+ver mais)
TEATRO MERIDIONAL
13. Sábado . Sines . Auditório CAS | 22:00 h
14. Domingo . V. N. Santo André . Auditório ESPAM | 22:00h
LUCAS LOCUS
17. Quarta . Odemira . Cine-Teatro Camacho Costa | 21:30 h
18. Quinta . Grândola . Cine Granadeiro | 21:30 h
17. Quarta . Odemira . Cine-Teatro Camacho Costa | 21:30 h
18. Quinta . Grândola . Cine Granadeiro | 21:30 h
19. Sexta . V. N. Santo André . Auditório ESPAM | 22:00 h
A Razão (+ver mais)
TAS
20. Sábado . V. N. Santo André . Auditório ESPAM | 22:00 h
20. Sábado . V. N. Santo André . Auditório ESPAM | 22:00 h
Fabula Buffa (+ver mais)
TEATRO
PICARO
20. Sábado . Sines . Auditório CAS | 22:00 h
21. Domingo . V. N. Santo André . Auditório ESPAM | 22:00 h
21. Domingo . V. N. Santo André . Auditório ESPAM | 22:00 h
Nham Nham (+ver mais)
T. TRINDADE / A. INATEL
26. Sexta . Santiago do Cacém . Auditório António Chainho | 22:00 h
CIRCOLANDO
WORKSHOPS
Teatro de Objectos e Manipulação de Bonecos
20 | Sábado . das 10h00 às 18h00
20 | Sábado . das 10h00 às 18h00
21 | Domingo . das 10h00 às 13h00
Auditório CAPAG . V. N. Santo André | duração 9 h
Formador: Lucas Escobedo
Artista alicantino centrado no mundo dos malabares,
na interpretação actoral e no teatro de máscaras, marionetes e objetos. (+ver mais)
na interpretação actoral e no teatro de máscaras, marionetes e objetos. (+ver mais)
Sobre o workshop
O Teatro de objectos é aquele em que se usa o objecto para um fim dramático, pode ser um boneco, uma marioneta, uma máscara, uma cenoura… qualquer elemento pode ganhar vida e contar-nos uma história. Existem milhões de objectos ao nosso redor com uma função determinada mas podemos retirar-lhes a sua utilidade habitual e manipulá-los criando uma realidade distinta em palco.
O Teatro de objectos e marionetas geralmente está mais vinculado ao teatro infantil que ao teatro para adultos. Neste workshop trataremos de eliminar esses rótulos para experimentar como podemos trabalhar a manipulação de objectos da mesma forma como trabalhamos com actores físicos, quer com isto dizer, os objectos são outros componentes da obra. A partir daí, nós, durante a criação, decidimos a que público nos queremos dirigir. Abordaremos a manipulação de objectos a partir das ferramentas do trabalho do actor e da análise do movimento.
Conteúdos
- Falaremos sobre diferentes técnicas de manipulação de marionetas e trabalharemos sobre recursos gerais para a manipulação de qualquer boneco ou objecto, independentemente da técnica que seja.
- Estudaremos os diferentes tipos de Actor-Manipulador, a partir da relação do Artista com o objecto manipulado.
- Manipulação de marionetas de maneira individual, a pares, trios,…
- A preparação do actor: voz, movimento, técnica.
-Estudo sobre a expressividade e a pré-expressividade de um boneco.
- Trabalharemos técnicas de dissociação, coordenação corporal, ponto fixo, atitudes de movimento, etc.
- Do complexo ao simples e do simples ao complexo.
Objectivos
- Oferecer aos alunos ferramentas técnicas necessárias para a manipulação de objectos.
- Dar aos participantes uma noção da linguagem das marionetas e dos objectos.
-Aprender a utilizar as próprias ferramentas expressivas do actor (corpo, voz, imaginação, coordenação e sensibilidade)
-Aprofundar a criação teatral a partir do trabalho com o objecto.
- Incentivar os artistas a desenvolverem os seus próprios recursos pessoais através da escuta, da convicção, do impulso, dos pontos fixos, da desvinculação, do distanciamento, da improvisação e da memória em relação ao objecto e à ocupação do espaço.
Metodologia
Será um trabalho totalmente prático em que realizaremos exercícios de grupo e individuais. Haverá uma parte de movimento, outra de movimento com o objecto, outra de técnica de manipulação e outra de criação e apresentação.
Requisitos
-Roupa comoda, se possível preta.
- Algum objecto com que desejem trabalhar, não importa o tamanho, forma, cor ou textura.
O Teatro de objectos é aquele em que se usa o objecto para um fim dramático, pode ser um boneco, uma marioneta, uma máscara, uma cenoura… qualquer elemento pode ganhar vida e contar-nos uma história. Existem milhões de objectos ao nosso redor com uma função determinada mas podemos retirar-lhes a sua utilidade habitual e manipulá-los criando uma realidade distinta em palco.
O Teatro de objectos e marionetas geralmente está mais vinculado ao teatro infantil que ao teatro para adultos. Neste workshop trataremos de eliminar esses rótulos para experimentar como podemos trabalhar a manipulação de objectos da mesma forma como trabalhamos com actores físicos, quer com isto dizer, os objectos são outros componentes da obra. A partir daí, nós, durante a criação, decidimos a que público nos queremos dirigir. Abordaremos a manipulação de objectos a partir das ferramentas do trabalho do actor e da análise do movimento.
Conteúdos
- Falaremos sobre diferentes técnicas de manipulação de marionetas e trabalharemos sobre recursos gerais para a manipulação de qualquer boneco ou objecto, independentemente da técnica que seja.
- Estudaremos os diferentes tipos de Actor-Manipulador, a partir da relação do Artista com o objecto manipulado.
- Manipulação de marionetas de maneira individual, a pares, trios,…
- A preparação do actor: voz, movimento, técnica.
-Estudo sobre a expressividade e a pré-expressividade de um boneco.
- Trabalharemos técnicas de dissociação, coordenação corporal, ponto fixo, atitudes de movimento, etc.
- Do complexo ao simples e do simples ao complexo.
Objectivos
- Oferecer aos alunos ferramentas técnicas necessárias para a manipulação de objectos.
- Dar aos participantes uma noção da linguagem das marionetas e dos objectos.
-Aprender a utilizar as próprias ferramentas expressivas do actor (corpo, voz, imaginação, coordenação e sensibilidade)
-Aprofundar a criação teatral a partir do trabalho com o objecto.
- Incentivar os artistas a desenvolverem os seus próprios recursos pessoais através da escuta, da convicção, do impulso, dos pontos fixos, da desvinculação, do distanciamento, da improvisação e da memória em relação ao objecto e à ocupação do espaço.
Metodologia
Será um trabalho totalmente prático em que realizaremos exercícios de grupo e individuais. Haverá uma parte de movimento, outra de movimento com o objecto, outra de técnica de manipulação e outra de criação e apresentação.
Requisitos
-Roupa comoda, se possível preta.
- Algum objecto com que desejem trabalhar, não importa o tamanho, forma, cor ou textura.
EXPOSIÇÕES
"UMA CARTA COREOGRÁFICA"
de MADALENA VICTORINO
Esta exposição é como uma carta. Uma carta escrita para si. Esta carta quer acordá-lo para a força expressiva e transformadora que o corpo tem. O corpo transporta consigo sentidos escondidos atrás dos seus movimentos, gestos, posturas e olhares.
Seja qual for o contexto, o corpo desvenda sempre partes da
sua identidade, da sua personalidade, da sua condição e dos seus segredos.
Todos estes aspectos se completam e revelam no caminhar pela vida.
Esse caminhar de
cada um compõe no conjunto da população uma gigante paisagem humana em
movimento, através do tempo e do espaço. O corpo fala sem precisar de
usar palavras. Não mente. A comunicação não verbal é, por isso, uma fonte
poderosa de conhecimento. Uma fonte rica, misteriosa e aberta. Ajuda-nos a ler
o outro entre as linhas das palavras ditas.
O que esta carta propõe é uma visita a um conjunto de
corpos, com idades, em situações e condições diferentes, através da linguagem
da fotografia, da pintura e do desenho, que celebram a sua existência.
Para essa
celebração criou-se um grande mapa com nove painéis. Cada um deles ilumina um
ponto de vista sobre o corpo. Lança-se aqui o convite à leitura coreográfica
desta carta.
A palavra coreografia vem do grego antigo e quer dizer “a
escrita do círculo”. Coreo – círcuo, roda, a forma que é mais
perfeita e mágica; grafia – grafismo, desenho ou escrita.
A “coreografia” é o desenho do corpo em movimento. Com a
íris dos nossos olhos, podemos ver e compreender a “dança” que se encontra à
flor da pele destes corpos desenhados, pintados e fotografados…
Estes nove painéis falam do corpo como uma grande adivinha.
Em cada painel, haverá oportunidade para ver, ler e mover-se, para adivinhar ou
intuir o que resulta do cruzamento entre os corpos que vemos e o nosso próprio
corpo. A seguir a estes nove painéis, haverá outros nove que falarão do
movimento do corpo quando este se transforma em dança.
Esta exposição divide-se, assim, entre duas estações:
saltando do sítio da terra, do corpo como adivinha, para o lugar da dança, a
dança como fábula.
Esta exposição apresenta ritmos, gente de uma terra, patrimônio cultural que se desvanece à velocidade de uma geração. Sabedoria ancestral perdida para sempre ou convertida em código binário, empacotada e guardada em poderosos suportes multimédia.
"VADIANDO por aí..."
de RICARDO VALADARES MATTA
Mostra fotográfica de Ricardo Valadares Matta, Nascido na primavera de ´77, em Alvalade, Lisboa, residente em Évora.
Esta exposição apresenta ritmos, gente de uma terra, patrimônio cultural que se desvanece à velocidade de uma geração. Sabedoria ancestral perdida para sempre ou convertida em código binário, empacotada e guardada em poderosos suportes multimédia.
A
superficialidade reina, é hora das pessoas reconhecerem que afinal o mundo tem
asas, existe, não são só histórias através da televisão e internet, pode se
ver, sentir, cheirar, ouvir e desfrutar o seu sabor.
Sozinho
percorro as ruas da Capital Portuguesa,
revejo-me, apaixono-me, encontro-me
na sua
energia, diluo-me nas suas
memórias, na fraternidade de um passado recente, na mudança de um presente em
crise, à sombra de um futuro longínquo que parece que já vivi. Gentes que apesar de
diferentes são ao mesmo tempo tão iguais.
Esta exposição pretende incentivar outros, a sentir nas ruas de Lisboa uma forma
diferente de incorporar a sua
essência, correr atrás de novas
sensações, descobrir o verdadeiro espirito bairrista do povo Alfacinha!
ANIMAÇÕES
As animações musicais e outras
performances que antecedem os espectáculos constituem, desde há vários anos, um
complemento muito interessante do programa e são uma das actividades
complementares que gostaríamos de ver reforçada na Mostra.
O programa que agora se apresenta
resultou, porém, de uma situação de recurso a
que nos vimos obrigados em última instância, depois de ter falhado uma parceria
de colaboração já acordada e para cuja falha não estávamos preparados. No
entanto, é gratificante referir que nesta situação, depois
do apelo com carácter de urgência aos agrupamentos musicais da região e a
alguns amigos mais ligados ao meio, foram muitas e generosas as respostas que
recebemos, permitindo assim estruturar um programa alternativo que, sem
embargo, garantirá a qualidade que o público espera desta componente do
festival.
Por isso, para além de aqui
deixarmos o público e justo agradecimento pela disponibilidade solidária e pelo
interesse genuíno que sentimos em todos eles, é com grande satisfação que
destacamos estes projectos que irão desfilar ao longo dos dias da Mostra,
realçando que se tratam de participações graciosas, dado que as reiteradas
limitações financeiras não nos permitem compensar, como seria justo, estas
importantes colaborações.
PROGRAMA
Quinta . 4 de Junho . 21h30 . Santiago do Cacém
Ensemble Methór
As boas propostas falam por si e propagam-se
de boca em boca… o quarteto do Miguel Pyrrait foi-me sugerido sem reservas como
uma excelente solução para uma das noites. O contacto telefónico com o Miguel
não podia ter uma resposta mais franca e é com muita satisfação que podemos
integrar este projecto de música original na voz da guitarra, do contrabaixo,
da viola de arco e do saxofone que, estamos certos,
muito virá enriquecer este programa de animações.
O que
aconteceria se, de longínquas viagens, a linha lógica e racional do
espírito se cruzasse com o pensamento mágico,
embriagando-se com o novo mundo então revelado? O que aconteceria
se, de longínquas viagens, a curva de sons de rigoroso contraponto se cruzasse
com selváticos rituais onde reencontravam o pulsar da terra e do mar? Talvez o
mistério da saudade se revelasse, não como destino, mas como geometria da
completude dos lugares dispersos das almas. Formado em Sines, o Ensemble
Methórios (do grego antigo, aquele que está sobre a Fronteira) habita aquela
zona obscura, onde se cruzam a música popular e a música erudita; a tradição
portuguesa e as músicas do mundo; as guitarradas e música de câmara- entre o
lugar e a viagem.
Miguel
Pyrrait - Guitarra Portuguesa
Bruno Silva - Viola de Arco
Rita Ramos – Violoncelo
Bruna
Domingues - Contrabaixo
Domingo . 7 de
Junho . 21h30 . Santiago do Cacém
O Carlos Silva, que também colaborará
com o Paulo Encarnação, propôs-se acompanhar a Maria Mirra numa outra proposta.
Foi assim, com simplicidade e sem pretensiosismos que se fez o programa.
Maria Mirra é de Alcacér do Sal e começou a tocar Saxofone Alto aos 10 anos de idade, na Sociedade
Filarmónica Progresso Matos Galamba, incentivada por um músico da mesma. Poucos
anos depois, interessa-se por um novo instrumento, a Guitarra, e desde então
não parou de tocar. Aos 18 anos tocou e cantou pela primeira vez num Bar
em Alcácer do Sal, do qual Mário Lubrano Vicente era o responsável, quando
fazia parte da banda Two Moon, da qual também Catarina Potier e Mario Picaró
fizeram parte. Segue-se um projeto com alguns músicos da SFPMG sendo eles José Vaquinhas, Hugo Morais, Vanessa Romão e
Mário Picaró, projecto este que foi a palco na
Semana da Juventude de Alcácer do Sal. Fez ainda alguns concertos na sua terra. Aos 24 anos revela-se uma nova paixão, o Fado, começando a cantar com Carlos Silva e João
Núncio. Nos dias que correm fez uma junção do Fado com a Música Brasileira que
apresenta em vários locais…
Género- Fado Bossa Nova
Sexta-Feira . 12 de Junho . 21h30 . Santo André
Alexandre Pintassilgo
O Alexandre
Pintassilgo, contactado ao final do dia porque foi quando conseguimos o seu
número de telemóvel, aceitou participar sem quaisquer reservas, só necessitava
ver a agenda de compromissos da banda de Santiago do Cacém
da qual é o actual regente. Durante a conversa ficámos a saber que lá
por Melides existe também um grupo de música popular que se chama o “Falta
um…”, portanto se nos faltar algum já sabemos…
Alexandre Pintassilgo é um jovem cantautor popular do litoral alentejano, com um espectáculo musical enérgico
de canções originais de amor e intervenção político-social. Desde Maio de 2012,
voa na companhia do seu bando de 5 músicos, embarcados numa viagem musical
entre a busca das raízes sonoras da música tradicional portuguesa e a fusão com os ritmos da world music, impulsionado pela
multi-instrumentalidade do bando. As letras, de
uma actualidade intemporal, abordam o amor e
temas da sociedade contemporânea. Da música de intervenção colhe influências de
compositores nacionais e estrangeiros, de José Mário Branco a Raul Seixas, combinando
ritmos enérgicos e um ambiente íntimo e descontraído para interagir com o
público e apelar à boa disposição.
Alexandre Pintassilgo- voz, ukulélé,
trompete
Cristiana Cardoso- acordeão, coros
Fernando Salema- contrabaixo
Pedro
Sequeira- bateria
Sábado . 13 de Junho . 21h30 . Santo André
Portugal Continuum . Performance Teatral . por João Luz
Sempre que é possível
apresentamos uma performance teatral ou de dança nesta componente, ainda que as
características do local e a falta de condições técnicas para o enquadramento
destes espectáculos impeça a apresentação de algumas das propostas.
O João Luz vem da ESTC de Lisboa, à imagem de tantas outras colaborações que temos recebido em anos
anteriores, numa relação com as estruturas de ensino superior que gostaríamos
de ver aprofundada e enquadrada institucionalmente no futuro.
A
minha personagem já sabe de antemão tudo aquilo por que vai passar.
Quem
sou eu? Neste preciso momento sou Prometeu. Tornou-se o meu nome no momento
exato em que deixei que o fogo fosse a minha queda. Ultrapassei o limite da
vertigem, senti o meu corpo cair. O corpo dormente perfurou qual agulha as
negras águas. No fígado finquei o olhar, crente que a resposta às minhas ânsias
estaria no futuro. Não sabia: estava a mergulhar mais fundo. Águas negras
adensaram-se como amarras e agora quedo aqui. Solidão sonora.
“Grande parte dos nossos problemas devem-se ao
desejo apaixonado por, e apego a ‘coisas’ que erroneamente apreendemos como
entidades duradouras”
Dalai Lama
Texto, criação e Interpretação: João luz
Domingo . 14 de Junho . 21h30 . Santo André
Paredes Meias . com Rui Vinagre e Rodrigo Vilhena
O Rui é um colaborador habitual
nestes programas. A qualidade da sua música e a energia e paixão que coloca nas
suas actuações, tanto a solo como na companhia de outros músicos, tem-se revelado
uma das melhores soluções para este momento e espaço tão particulares,
evidenciando o potencial da guitarra portuguesa para se impor e tocar profundamente a alma dos espectadores de ocasião, distanciando o instrumento da
música de fado a que está vulgarmente associado.
Foi nas
salas da secção de fado da Associação Académica de Coimbra
que Rui Vinagre em 1997 iniciou o seu estudo sob orientações dos
professores Dr. Jorge Gomes e Dr. Miguel Drago.
Mais tarde a necessidade de consolidar a sua técnica levou-o
a procurar o Mestre Paulo Soares na Escola do Fado e da Guitarra de Coimbra.
A Guitarra
foi o instrumento que escolheu para o acompanhar e como
guitarrista traçou de forma natural os seus caminhos, dando preferência à
aprendizagem do repertório da família Paredes e suas próprias composições,
criando projetos como, “Despertar“,
TRILHOS – “novos caminhos da Guitarra Portuguesa”, “Paredes Meias”, e “Rui Vinagre à Capela”, transportando o
som da sua guitarra, por vezes desafiando os seus horizontes.
Em “Paredes
Meias” apresenta-se com Rodrigo Vilhena, numa proposta musical de características
singulares, que surgiu na sequência da atividade
de ensino artístico, desenvolvida pela Escola de Artes do Alentejo Litoral, a
qual permitiu um entendimento musical de características singulares entre os dois músicos.
O momento instrumental, que
irá certamente despertar também sensações nos presentes, tem como fio condutor
a execução de criações originais de ambos os músicos e também a interpretação
de repertório conhecido da Guitarra Portuguesa.
Sexta-Feira . 19 de Junho . 21h30 . Santo André
Juka Beats, Richard Beats & Rhadesh
Uma proposta
mais jovem a dar um toque de contemporaneidade a estas animações e uma forma de
divulgação destas áreas da criação musical porventura menos conhecidas do
grande público. A participação deste projecto revela também o espírito com que
se faz a Mostra, em que os conhecimentos em rede permitem abrir portas a um
número quase ilimitado de novas possibilidades.
Juka, Richard e Rhadesh são três jovens residentes de V. N.
Santo André. Apaixonados por música electrónica e pela sua produção, nesta
intervenção propõem batidas onde reconstroem antigos sons de soul, funk e jazz.
Sábado . 20 de Junho . 21h30 . Santo André
Olive Gorge
- Queres vir fazer uma animação à Mostra?
- Quero sim, eu já tinha intenção de o
propor.
É com muita satisfação que voltamos a apresentar
este “gato” mais velho, sonoplasta profissional e criador de música
electrónica. Há três anos o Jorge fez música com os sons do estrelar de um ovo
e da preparação de uma salada… vamos ver o que nos traz desta vez.
Jorge Oliveira nasceu em Lisboa em 1976
e passou a adolescência no Alentejo onde integra a equipa técnica do
grupo de teatro local. Formou-se em Som na ETIC em 1999, adquirindo
competências técnicas no domínio do áudio.
É como sonoplasta e na área da pós-produção que desenvolve a sua carreira,
tendo colaborado com várias produtoras e em todas as fases de produção, desde a
captação à pós-produção. Iniciou a atividade profissional em 1999 tendo
participado em diferentes projectos audiovisuais, que
vão desde a sonorização de filmes para cinema, anúncios, séries, telenovelas,
espectáculos , à criação de bandas sonoras para teatro , cinema e instalações. Desenvolve
e participa regularmente em projectos ligados à música eletrónica.
Domingo . 21 de Junho . 21h30 . Santo André
Paulo Encarnação & Carlos Silva
Associando
talento à excelente voz, o Paulo é um apaixonado pelo palco
e é um homem da casa, na medida em que também já integrou como actor, diga-se
de passagem que talentoso, alguns trabalhos do GATO SA. É sempre um prazer
contarmos com os seus projectos musicais e aproveitar a oportunidade para
reatar o contacto que a vida nem sempre deixa manter tão vivo como gostaríamos.
Paulo Encarnação nasceu em Carmona em 1973. O fascínio pelo
palco começou no teatro, em pequenas peças escolares. Aos 16 anos
estreou-se no CETA (Circo Experimental de Teatro de
Aveiro). Em 1994, forma o grupo de teatro “Abrupto” no Parque Natural da
Ria Formosa, em Olhão e colabora na formação da companhia de teatro “Fech’o
Pano”, em Vila Real de Santo António.
Em 2014 surge o projeto “Paulo and Friends” onde tem a oportunidade de se fazer acompanhar de vários músicos e amigos, como os acima
mencionados e ainda o pianista Ernesto Rodrigues e o saxofonista Sandro Ferro. Nos
últimos 2 anos foi convidado a dar voz a alguns temas nas audições da Escola de
Música do Professor Carlos Silva.
Sexta-Feira . 26 de Junho . 21h30 . Santiago do Cacém
Ana Messias Trio
O Salema já conhece o esquema. Gostamos de boa música e projectos
interessantes mas não temos dotação para os cachets… no entanto, nunca nos
faltaram as colaborações solidárias a enriquecer o festival e ele é um dos
“habituées”. Desta vez vem com a Ana Messias e o Alex Barradas e nós
agradecemos.
Género: Bossa/Jazz Pop/Rock
Ana Messias - Voz & Piano
Fernando Salema - Contrabaixo
& Saxofone
Alex Barradas - Bateria
Domingo . 28 de Junho . 21h30 . Santo André
Latitude
O Rangel , para além de
importante promotor musical na região e músico
carismático bem conhecido entre nós, é um velho amigo e colaborador.
Muitos foram os projectos musicais que nos trouxe, sempre acompanhado de bons
músicos igualmente disponíveis que proporcionaram momentos muito agradáveis de
música apelativa e festiva, dando um sentido
ainda maior a esta componente, pela cumplicidade que transparece no palco e
contagia o público.
Este projecto une artistas com percursos já longos na música
ao vivo e com raízes culturais simultaneamente idênticas e diversas. LATITUDE
traz-nos uma música portuguesa adocicada com pozinhos de lusofonia.
Rangel- Guitarra e Voz
Zé Carlos- Bateria
Baró- Percussão
Carla Nunes- Acordeão
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