16ª MITSA, UM GRANDE FESTIVAL FEITO COM PEQUENOS APOIOS



(…)   A exiguidade das verbas atribuídas ao teatro é normalmente justificada, dentro da retórica habitual, com o argumento de que diante da crise os sacrifícios tocam a todos e o teatro não pode ficar de fora. Já se sabe que, na verdade, os sacrifícios não tocam a todos, e não podiam, de maneira nenhuma, tocar da mesma forma. (…)  Na realidade, o Estado está a dever muito mais dinheiro ao teatro do que o teatro ao Estado: se não fosse a actividade das companhias independentes subvencionadas, que executam a maior parte do serviço público no que diz respeito à criação teatral, não haveria verdadeiramente teatro no nosso país. (…)

Joaquim Benite  - in “O teatro e a defesa da cidadania”  Julho de 2012


A Mostra acumula sucessos artísticos e aumentos de adesão de público na mesma medida em que enfrenta os défices crónicos por mais apertada que seja a planificação e a gestão de recursos. A saga da manutenção deste projecto, que recebe anualmente os mais rasgados elogios do público e das próprias companhias participantes, continua e exige cada vez mais disponibilidade e engenho à pequena estrutura organizativa. Mas, no entanto, de 1 a 28 de Junho aí está uma vez mais a 16ª Mostra Internacional de Teatro “rasgando o quebranto da vila” em Santo André e Santiago do Cacém, reunindo 14 espectáculos diferentes de outras tantas companhias profissionais cujas apresentações se estendem a Sines, Porto Covo, Grândola, Odemira, S. Teotónio e Alandroal no âmbito do estabelecimento de parcerias de acolhimento.

A Mostra é um projecto cultural de grande significado para a região e um exemplo de capacidade de resistência dos seus promotores e da dinâmica da associação AJAGATO que, sem o apoio mecenático que o evento justifica, o realizam com o recurso a uma vasta rede de patrocinadores locais e algumas entidades com as quais estabelece protocolos anuais de colaboração: C. M. santiago do Cacém; Junta de Freguesia de Santo André; Repsol, Polímeros; Águas de Santo André; Galp, Refinaria de Sines.

Um agradecimento público aos parceiros de acolhimento, os municípios de Sines, Grândola, Odemira e Alandroal. Importa realçar que estas parcerias beneficiam da nossa capacidade de organização e sobretudo da estratégia artística global da programação mas, por outro lado, o trabalho em rede facilita a contratação das companhias e diminui os custos financeiros, o que corresponde a uma das linhas de acção que temos vindo a privilegiar nos últimos anos.

Um agradecimento público a todos os patrocinadores e apoiantes que, com a sua solidariedade, nos permitem continuar a enfrentar este desafio para o qual necessitaríamos de um apoio mecenático que nos ajudasse a evoluir a estrutura organizativa e a garantir uma maior projecção da Mostra.
As entidades com quem estabelecemos protocolos anuais merecem uma atenção muito especial, pelo crédito e segurança que nos dão para o planeamento atempado das actividades: Câmara Municipal de Santiago do Cacém; Junta de Freguesia de Santo André; Repsol, Polímeros; Águas de Santo André; Galp, Refinaria de Sines. Para todas as outras empresas e instituições referidas nos materiais de divulgação, o nosso sincero agradecimento porque o seu apoio ajuda a materializar o evento e dá-lhe uma expressão verdadeiramente participada do tecido empresarial desta região.

A Mostra Internacional de Teatro de Santo André afirma-se, ano após ano, como um festival de grande qualidade artística que cumpre a função prioritária de um evento desta natureza –  “desenvolver um fluxo significativo de público genuinamente interessado pelo fenómeno teatral e simultaneamente contribuir para o alargamento desta dinâmica de promoção e formação teatrais a uma área geográfica cada vez maior”. O programa deste ano, a despeito das reiteradas dificuldades de financiamento, mantém o elevado nível de exigência qualitativa e junta algumas das melhores e mais prestigiadas companhias portuguesas de teatro e com elas os actores e encenadores de referência no panorama teatral português. A componente internacional está assegurada por uma companhia italiana, o TEATRO PICARO, que deixou uma extraordinária impressão em 2014 e por isso regressa, bem como por uma companhia espanhola, LUCAS LOCUS, com uma linguagem muito particular de teatro/circo. Estas duas companhias integram o programa com cinco representações e um workshop.  

Este ano abrimos a programação para o público em geral com a apresentação dos “Bonecos de Santo Aleixo”, uma proposta de teatro popular cuja origem remonta ao séc XVIII. Os bonecos, hoje propriedade do CENDREV, são agora manipulados por actores profissionais que garantem a continuidade desta expressão artística alentejana e a levam a inúmeros festivais em todo o mundo.

Por outro lado, voltamos a ter no programa um espectáculo profissional do GATO SA, com a mais recente produção, VAI VEM, um espectáculo de teatro físico recentemente estreado na BARRACA, em Lisboa, fruto de um arrojado projecto luso-colombiano iniciado em Setembro de 2014. Julgo que a Mostra faz mais sentido desta maneira e tentaremos, por isso, dar continuidade a esta vertente de criação autónoma para integrar no festival.

Mas a programação deste ano inclui outras peças recentemente criadas e que receberemos como uma das suas primeiras apresentações. É o caso de “Balada do Velho Marinheiro” do TEATRO DO MAR, estreado em Sines a 17 de Abril; de “António e Maria” do TEATRO MERIDIONAL, estreado a 7 de Maio no CCB; de “Hotel Flamingo” da PROPOSITÁRIO AZUL, estreado a 7 de Maio no Cinearte em Lisboa; de “Nham Nham” da Academia INATEL, com estreia prevista para 12 de Junho no Teatro da Trindade; de “A Razão” do TAS, com estreia também marcada para junho em Setúbal. Pela primeira vez programamos 50% de espectáculos acabados de montar, o que só é possível com uma grande confiança e cumplicidade com as companhias e os criadores, forjada ao longo de 15 anos de festival.

De destacar que teremos pela primeira vez no nosso palco, para além dos actores internacionais, a grande Maria Rueff com o Teatro Meridional; mas também o regresso sempre desejado da actriz Maria do Céu Guerra, à frente de um grande elenco, com uma versão do Tartufo reescrita por Hélder Costa. 


Mário Primo
Director Artístico da MITSA




PREÇÁRIO

Entradas Permanentes:

25,00 € - Público em geral
15,00 € - Sócios da AJAGATO *

* Os associados deverão ter a quota de 2014 paga.

A E.P. permite o acesso a todos os espetáculos em Vila Nova de Santo André, incluindo os realizados em Santiago do Cacém. No entanto, obriga ao levantamento do bilhete diário, procedimento que deve ser feito impreterivelmente até às 19.00 horas do dia de véspera do espetáculo, no CAPAG. A partir desse momento todos os bilhetes disponíveis serão postos à venda. Os bilhetes de Santiago do Cacém, devem ser levantados na respetiva bilheteira até às 21h de dia do espetáculo.

Bilhetes – Espetáculo Noite:

5,00 € – Público em geral
3,00 € – Sócios da AJAGATO
3,00 € – Estudantes
Grátis – Até aos 6 anos desde que ao colo
Grátis – 2 Bilhetes p/ espetáculo aos Patrocinadores desde que confirmado até às 19:30h da véspera do dia do espectáculo.

Os Bilhetes serão vendidos diariamente em dois locais:

Na Teatroteca/CAPAG, das 16 horas às 19.30 horas;
No dia e no local do espetáculo, uma hora antes do mesmo;
Os bilhetes para os espetáculos das extensões de acolhimento são vendidos nas Bilheteiras dos respetivos Auditórios, de acordo com o seu horário de funcionamento;
Os Bilhetes e as Entradas Permanentes estarão à venda na Teatroteca/CAPAG a partir de 25 de Maio;
Os bilhetes para os espetáculos do fim-de-semana são postos a venda a partir da segunda-feira anterior.



PROGRAMA // JUNHO 2015


ESPECTÁCULOS PARA A INFÂNCIA



Antes de Começar (+ver mais) 
Companhia da Esquina 


1. Segunda . V. N. Santo André . Auditório ESPAM
                                     duas sessões | 11:00 h . 14:30 h 


                                        2 | 3. Terça e Quarta . Santiago do Cacém . Auditório António Chainho
                                                                                                                duas sessões | 11:00 h . 14:30 h

                                     

Uma Mão Cheia de...  (+ver mais)
TAS

3. Quarta . V. N. Santo André . Auditório CAPAG
                                 duas sessões | 10:00 h . 11h30 h





ESPECTÁCULOS PARA TODAS AS IDADES



Bonecos de Santo Aleixo  (+ver mais)
CENDREV

4. Quinta . Santiago do Cacém . Auditório António Chainho  | 22:00 h






A Balada do Velho Marinheiro  (+ver mais)
TEATRO DO MAR

5.  Sexta . V. N. Santo André . Parque Central  | 22:00 h

12.  Sexta . Porto Covo . Praça Marques de Pombal  | 22:00 h





Vai Vem (+ver mais)
GATO SA



28. Quinta . Grândola . Cine Granadeiro | 21:30 h 

                                      6. Sábado . V. N. Santo André . Auditório CAPAG
                                                            duas sessões | 18:00 h . 22:00 h 

                                      7. Domingo . V. N. Santo André .  Auditório CAPAG | 18:00 h
                                
                                      27. Sábado . Sines .  Auditório CAS | 22:00 h





Tartufo (+ver mais)  
A BARRACA

4. Quinta . Grândola . Cine Granadeiro | 21:30 h 

6. Sábado . Sines .  Auditório CAS | 22:00 h
                                
                                      7. Domingo . Santiago do Cacém .  Auditório António Chainho | 22:00 h





A Entrada do Rei  (+ver mais)
ESTE - ESTAÇÃO TEATRAL

10.  Quarta . São Teotónio . Sociedade R. S. Teotónio | 21:30

12. Sexta . V. N. Santo André . Auditório ESPAM | 22:00 h






Hotel Flamingo  (+ver mais)
PROPOSITÁRIO AZUL

13. Sábado . V. N. Santo André . Auditório ESPAM | 22:00 h






António e Maria (+ver mais)
TEATRO MERIDIONAL

13.  Sábado . Sines . Auditório CAS | 22:00 h

14. Domingo . V. N. Santo André . Auditório ESPAM | 22:00h




Habitácion 801  (+ver mais)
LUCAS LOCUS

17. Quarta . Odemira . Cine-Teatro Camacho Costa | 21:30 h

18. Quinta . Grândola . Cine Granadeiro | 21:30 h

                                      19.  Sexta . V. N. Santo André . Auditório ESPAM | 22:00 h  




A Razão (+ver mais)
TAS

20. Sábado . V. N. Santo André . Auditório ESPAM | 22:00 h





Fabula Buffa  (+ver mais)
TEATRO PICARO

20. Sábado . Sines . Auditório CAS | 22:00 h

21. Domingo . V. N. Santo André . Auditório ESPAM | 22:00 h





Nham Nham  (+ver mais)
T. TRINDADE / A. INATEL

26.  Sexta . Santiago do Cacém . Auditório António Chainho | 22:00 h






Areia  (+ver mais)
CIRCOLANDO

28.  Domingo . V. N. Santo André . Auditório ESPAM | 22:00 h 









WORKSHOPS




Teatro de Objectos e Manipulação de Bonecos

20 | Sábado . das 10h00 às 18h00
                
             21 | Domingo . das 10h00 às 13h00  

                                                      Auditório CAPAG . V. N. Santo André | duração 9 h


Formador: Lucas Escobedo
Artista alicantino centrado no mundo dos malabares, 
na interpretação actoral e no teatro de máscaras, marionetes e objetos. (+ver mais)


Sobre o workshop

O Teatro de objectos é aquele em que se usa o objecto para um fim dramático, pode ser um boneco, uma marioneta, uma máscara, uma cenoura… qualquer elemento pode ganhar vida e contar-nos uma história. Existem milhões de objectos ao nosso redor com uma função determinada mas podemos retirar-lhes a sua utilidade habitual e manipulá-los criando uma realidade distinta em palco.

O Teatro de objectos e marionetas geralmente está mais vinculado ao teatro infantil que ao teatro para adultos. Neste workshop trataremos de eliminar esses rótulos para experimentar como podemos trabalhar a manipulação  de objectos da mesma forma como trabalhamos com actores físicos, quer com isto dizer, os objectos são outros componentes da obra. A partir daí, nós, durante a criação, decidimos a que público nos queremos dirigir. Abordaremos a manipulação de objectos a partir das ferramentas do trabalho do actor e da análise do movimento.

Conteúdos

- Falaremos sobre diferentes técnicas de manipulação de marionetas e trabalharemos sobre recursos gerais para a manipulação de qualquer boneco ou objecto, independentemente da técnica que seja.

- Estudaremos os diferentes tipos de Actor-Manipulador, a partir da relação do Artista com o objecto manipulado.

- Manipulação de marionetas de maneira individual, a pares, trios,…

- A preparação do actor: voz, movimento, técnica.

-Estudo sobre a expressividade e a pré-expressividade de um boneco.

- Trabalharemos técnicas de dissociação, coordenação corporal, ponto fixo, atitudes de movimento, etc.

- Do complexo ao simples e do simples ao complexo.

Objectivos

- Oferecer aos alunos ferramentas técnicas necessárias para a manipulação de objectos.

- Dar aos participantes uma noção da linguagem das marionetas e dos objectos.

-Aprender a utilizar as próprias ferramentas expressivas do actor (corpo, voz, imaginação, coordenação e sensibilidade)

-Aprofundar a criação teatral a partir do trabalho com o objecto.

- Incentivar os artistas a desenvolverem os seus próprios recursos pessoais através da escuta, da convicção, do impulso, dos pontos fixos, da desvinculação, do distanciamento, da improvisação e da memória em relação ao objecto e à ocupação do espaço.

Metodologia

Será um trabalho totalmente prático em que realizaremos exercícios de grupo e individuais. Haverá uma parte de movimento, outra de movimento com o objecto, outra de técnica de manipulação e outra de criação e apresentação.

Requisitos

-Roupa comoda, se possível preta.

- Algum objecto com que desejem trabalhar, não importa o tamanho, forma, cor ou textura.  





EXPOSIÇÕES




"UMA CARTA COREOGRÁFICA" 
de MADALENA VICTORINO 





Esta exposição é como uma carta. Uma carta escrita para si. Esta carta quer acordá-lo para a força expressiva e transformadora que o corpo tem.  O corpo transporta consigo sentidos escondidos atrás dos seus movimentos, gestos, posturas e olhares.

Seja qual for o contexto, o corpo desvenda sempre partes da sua identidade, da sua personalidade, da sua condição e dos seus segredos. Todos estes aspectos se completam e revelam no caminhar pela vida.

Esse caminhar de cada um compõe no conjunto da população uma gigante paisagem humana em movimento, através do tempo e do espaço.  O corpo fala sem precisar de usar palavras. Não mente. A comunicação não verbal é, por isso, uma fonte poderosa de conhecimento. Uma fonte rica, misteriosa e aberta. Ajuda-nos a ler o outro entre as linhas das palavras ditas.  

O que esta carta propõe é uma visita a um conjunto de corpos, com idades, em situações e condições diferentes, através da linguagem da fotografia, da pintura e do desenho, que celebram a sua existência.

Para essa celebração criou-se um grande mapa com nove painéis. Cada um deles ilumina um ponto de vista sobre o corpo. Lança-se aqui o convite à leitura coreográfica desta carta.

A palavra coreografia vem do grego antigo e quer dizer “a escrita do círculo”. Coreo – círcuo, roda, a forma que é mais perfeita e mágica; grafia – grafismo, desenho ou escrita.

A “coreografia” é o desenho do corpo em movimento. Com a íris dos nossos olhos, podemos ver e compreender a “dança” que se encontra à flor da pele destes corpos desenhados, pintados e fotografados…

Estes nove painéis falam do corpo como uma grande adivinha. Em cada painel, haverá oportunidade para ver, ler e mover-se, para adivinhar ou intuir o que resulta do cruzamento entre os corpos que vemos e o nosso próprio corpo. A seguir a estes nove painéis, haverá outros nove que falarão do movimento do corpo quando este se transforma em dança.

Esta exposição divide-se, assim, entre duas estações: saltando do sítio da terra, do corpo como adivinha, para o lugar da dança, a dança como fábula.




"VADIANDO por aí..." 
de RICARDO VALADARES MATTA 




Mostra fotográfica de Ricardo Valadares Matta, Nascido na primavera de ´77, em Alvalade, Lisboa, residente em Évora.

Esta exposição apresenta ritmos, gente de uma terra, patrimônio cultural que se desvanece  à velocidade de uma geração. Sabedoria ancestral perdida para sempre ou convertida em código binário, empacotada e guardada  em poderosos suportes multimédia.

A superficialidade reina, é hora das pessoas reconhecerem que afinal o mundo tem asas, existe, não são só histórias através da televisão e internet, pode se ver, sentir, cheirar, ouvir e desfrutar o seu sabor.

Sozinho percorro  as ruas da Capital Portuguesa, revejo-me,  apaixono-me, encontro-me na  sua  energia,  diluo-me nas suas memórias, na fraternidade de um passado recente, na mudança de um presente em crise, à sombra de um futuro longínquo que parece que já vivi. Gentes  que apesar de  diferentes são ao mesmo tempo tão iguais.

Esta exposição pretende incentivar outros,  a sentir nas ruas de Lisboa uma forma diferente de incorporar  a sua essência,  correr atrás de novas sensações, descobrir o verdadeiro espirito bairrista do povo Alfacinha!




ANIMAÇÕES


As animações musicais e outras performances que antecedem os espectáculos constituem, desde há vários anos, um complemento muito interessante do programa e são uma das actividades complementares que gostaríamos de ver reforçada na Mostra.

O programa que agora se apresenta resultou, porém, de uma situação de recurso a que nos vimos obrigados em última instância, depois de ter falhado uma parceria de colaboração já acordada e para cuja falha não estávamos preparados. No entanto, é gratificante referir que nesta situação, depois do apelo com carácter de urgência aos agrupamentos musicais da região e a alguns amigos mais ligados ao meio, foram muitas e generosas as respostas que recebemos, permitindo assim estruturar um programa alternativo que, sem embargo, garantirá a qualidade que o público espera desta componente do festival.

Por isso, para além de aqui deixarmos o público e justo agradecimento pela disponibilidade solidária e pelo interesse genuíno que sentimos em todos eles, é com grande satisfação que destacamos estes projectos que irão desfilar ao longo dos dias da Mostra, realçando que se tratam de participações graciosas, dado que as reiteradas limitações financeiras não nos permitem compensar, como seria justo, estas importantes colaborações.


PROGRAMA


Quinta . 4 de Junho . 21h30 . Santiago do Cacém


Ensemble Methór


As boas propostas falam por si e propagam-se de boca em boca… o quarteto do Miguel Pyrrait foi-me sugerido sem reservas como uma excelente solução para uma das noites. O contacto telefónico com o Miguel não podia ter uma resposta mais franca e é com muita satisfação que podemos integrar este projecto de música original na voz da guitarra, do contrabaixo, da viola de arco e do saxofone que, estamos certos, muito virá enriquecer este programa de animações.

O que aconteceria se, de longínquas viagens, a linha lógica e racional  do espírito se cruzasse com o pensamento mágico, embriagando-se com o novo mundo então revelado? O que aconteceria  se, de longínquas viagens, a curva de sons de rigoroso contraponto se cruzasse com selváticos rituais onde reencontravam o pulsar da terra e do mar? Talvez o mistério da saudade se revelasse, não como destino, mas como geometria da completude dos lugares dispersos das almas. Formado em Sines, o Ensemble Methórios (do grego antigo, aquele que está sobre a Fronteira) habita aquela zona obscura, onde se cruzam a música popular e a música erudita; a tradição portuguesa e as músicas do mundo; as guitarradas e música de câmara- entre o lugar e a viagem.

Miguel Pyrrait - Guitarra Portuguesa
Bruno Silva - Viola de Arco
Rita Ramos – Violoncelo
Bruna Domingues - Contrabaixo


Domingo . 7 de Junho . 21h30 . Santiago do Cacém


Maria Mirra


O Carlos Silva, que também colaborará com o Paulo Encarnação, propôs-se acompanhar a Maria Mirra numa outra proposta. Foi assim, com simplicidade e sem pretensiosismos que se fez o programa.
  
Maria Mirra é de Alcacér do Sal e começou a tocar Saxofone Alto aos 10 anos de idade, na Sociedade Filarmónica Progresso Matos Galamba, incentivada por um músico da mesma. Poucos anos depois, interessa-se por um novo instrumento, a Guitarra, e desde então não parou de tocar. Aos 18 anos tocou e cantou pela primeira vez num Bar em Alcácer do Sal, do qual Mário Lubrano Vicente era o responsável, quando fazia parte da banda Two Moon, da qual também Catarina Potier e Mario Picaró fizeram parte. Segue-se um projeto com alguns músicos da SFPMG sendo eles José Vaquinhas, Hugo Morais, Vanessa Romão e Mário Picaró, projecto este que foi a palco na Semana da Juventude de Alcácer do Sal. Fez ainda alguns concertos na sua terra. Aos 24 anos revela-se uma nova paixão, o Fado, começando a cantar com Carlos Silva e João Núncio. Nos dias que correm fez uma junção do Fado com a Música Brasileira que apresenta em vários locais…

Género- Fado Bossa Nova 



Sexta-Feira . 12 de Junho . 21h30 . Santo André



Alexandre Pintassilgo 


O Alexandre Pintassilgo, contactado ao final do dia porque foi quando conseguimos o seu número de telemóvel, aceitou participar sem quaisquer reservas, só necessitava ver a agenda de compromissos da banda de Santiago do Cacém da qual é o actual regente. Durante a conversa ficámos a saber que lá por Melides existe também um grupo de música popular que se chama o “Falta um…”, portanto se nos faltar algum já sabemos… 

Alexandre Pintassilgo é um jovem cantautor popular do litoral alentejano, com um espectáculo musical enérgico de canções originais de amor e intervenção político-social. Desde Maio de 2012, voa na companhia do seu bando de 5 músicos, embarcados numa viagem musical entre a busca das raízes sonoras da música tradicional portuguesa e a fusão com os ritmos da world music, impulsionado pela multi-instrumentalidade do bando. As letras, de uma actualidade intemporal, abordam o amor e temas da sociedade contemporânea. Da música de intervenção colhe influências de compositores nacionais e estrangeiros, de José Mário Branco a Raul Seixas, combinando ritmos enérgicos e um ambiente íntimo e descontraído para interagir com o público e apelar à boa disposição.

Alexandre Pintassilgo- voz, ukulélé, trompete
Cristiana Cardoso- acordeão, coros
Fernando Salema- contrabaixo
Pedro Sequeira-  bateria





Sábado . 13 de Junho . 21h30 . Santo André



Portugal Continuum . Performance Teatral . por João Luz


Sempre que é possível apresentamos uma performance teatral ou de dança nesta componente, ainda que as características do local e a falta de condições técnicas para o enquadramento destes espectáculos impeça a apresentação de algumas das propostas.

O João Luz vem da ESTC de Lisboa, à imagem de tantas outras colaborações que temos recebido em anos anteriores, numa relação com as estruturas de ensino superior que gostaríamos de ver aprofundada e enquadrada institucionalmente no futuro.

A minha personagem já sabe de antemão tudo aquilo por que vai passar.
Quem sou eu? Neste preciso momento sou Prometeu. Tornou-se o meu nome no momento exato em que deixei que o fogo fosse a minha queda. Ultrapassei o limite da vertigem, senti o meu corpo cair. O corpo dormente perfurou qual agulha as negras águas. No fígado finquei o olhar, crente que a resposta às minhas ânsias estaria no futuro. Não sabia: estava a mergulhar mais fundo. Águas negras adensaram-se como amarras e agora quedo aqui. Solidão sonora.

“Grande parte dos nossos problemas devem-se ao desejo apaixonado por, e apego a ‘coisas’ que erroneamente apreendemos como entidades duradouras”
Dalai Lama

Texto, criação e Interpretação: João luz





Domingo . 14 de Junho . 21h30 . Santo André


Paredes Meias . com Rui Vinagre e Rodrigo Vilhena 


O Rui é um colaborador habitual nestes programas. A qualidade da sua música e a energia e paixão que coloca nas suas actuações, tanto a solo como na companhia de outros músicos, tem-se revelado uma das melhores soluções para este momento e espaço tão particulares,  evidenciando o potencial da guitarra portuguesa para se impor e tocar profundamente a alma dos espectadores de ocasião, distanciando o instrumento da música de fado a que está vulgarmente associado.

Foi nas salas da secção de fado da Associação Académica de Coimbra que Rui Vinagre em 1997 iniciou o seu estudo sob orientações dos professores Dr. Jorge Gomes e Dr. Miguel Drago. Mais tarde a necessidade de consolidar a sua técnica levou-o a procurar o Mestre Paulo Soares na Escola do Fado e da Guitarra de Coimbra.

A Guitarra foi o instrumento que escolheu para o acompanhar e como guitarrista traçou de forma natural os seus caminhos, dando preferência à aprendizagem do repertório da família Paredes e suas próprias composições, criando projetos como, “Despertar“, TRILHOS – “novos caminhos da Guitarra Portuguesa”, “Paredes Meias”, e Rui Vinagre à Capela, transportando o som da sua guitarra, por vezes desafiando os seus horizontes.

Em “Paredes Meias” apresenta-se com Rodrigo Vilhena, numa proposta musical de características singulares, que surgiu na sequência da atividade de ensino artístico, desenvolvida pela Escola de Artes do Alentejo Litoral, a qual permitiu um entendimento musical de características singulares entre os dois músicos.

O momento instrumental, que irá certamente despertar também sensações nos presentes, tem como fio condutor a execução de criações originais de ambos os músicos e também a interpretação de repertório conhecido da Guitarra Portuguesa. 




Sexta-Feira . 19 de Junho . 21h30 . Santo André


Juka Beats, Richard Beats & Rhadesh 



Uma proposta mais jovem a dar um toque de contemporaneidade a estas animações e uma forma de divulgação destas áreas da criação musical porventura menos conhecidas do grande público. A participação deste projecto revela também o espírito com que se faz a Mostra, em que os conhecimentos em rede permitem abrir portas a um número quase ilimitado de novas possibilidades. 

Juka, Richard e Rhadesh são três jovens residentes de V. N. Santo André. Apaixonados por música electrónica e pela sua produção, nesta intervenção propõem batidas onde reconstroem antigos sons de soul, funk e jazz.




Sábado . 20 de Junho . 21h30 . Santo André

Olive Gorge


- Queres vir fazer uma animação à Mostra?
- Quero sim, eu já tinha intenção de o propor.
É com muita satisfação que voltamos a apresentar este “gato” mais velho, sonoplasta profissional e criador de música electrónica. Há três anos o Jorge fez música com os sons do estrelar de um ovo e da preparação de uma salada… vamos ver o que nos traz desta vez. 

Jorge Oliveira nasceu em Lisboa em 1976 e passou a adolescência no Alentejo onde integra a equipa técnica do grupo de teatro local. Formou-se em Som na ETIC em 1999, adquirindo competências técnicas no domínio do áudio.

É como sonoplasta e na área da pós-produção que desenvolve a sua carreira, tendo colaborado com várias produtoras e em todas as fases de produção, desde a captação à pós-produção. Iniciou a atividade profissional em 1999 tendo participado em diferentes projectos audiovisuais, que vão desde a sonorização de filmes para cinema, anúncios, séries, telenovelas, espectáculos , à criação de bandas sonoras para teatro , cinema e instalações. Desenvolve e participa regularmente em projectos ligados à música eletrónica. 




Domingo . 21 de Junho . 21h30 . Santo André

Paulo Encarnação & Carlos Silva


Associando talento à excelente voz, o Paulo é um apaixonado pelo palco e é um homem da casa, na medida em que também já integrou como actor, diga-se de passagem que talentoso, alguns trabalhos do GATO SA. É sempre um prazer contarmos com os seus projectos musicais e aproveitar a oportunidade para reatar o contacto que a vida nem sempre deixa manter tão vivo como gostaríamos.

Paulo Encarnação nasceu em Carmona em 1973. O fascínio pelo palco começou no teatro, em pequenas peças escolares. Aos 16 anos estreou-se no CETA (Circo Experimental de Teatro de Aveiro). Em 1994, forma o grupo de teatro “Abrupto” no Parque Natural da Ria Formosa, em Olhão e colabora na formação da companhia de teatro “Fech’o Pano”, em Vila Real de Santo António.

Em 2014 surge o projeto “Paulo and Friends” onde tem a oportunidade de se fazer acompanhar de vários músicos e amigos, como os acima mencionados e ainda o pianista Ernesto Rodrigues e o saxofonista Sandro Ferro. Nos últimos 2 anos foi convidado a dar voz a alguns temas nas audições da Escola de Música do Professor Carlos Silva.




Sexta-Feira . 26 de Junho . 21h30 . Santiago do Cacém


Ana Messias Trio

O Salema já conhece o esquema. Gostamos de boa música e projectos interessantes mas não temos dotação para os cachets… no entanto, nunca nos faltaram as colaborações solidárias a enriquecer o festival e ele é um dos “habituées”. Desta vez vem com a Ana Messias e o Alex Barradas e nós agradecemos.

Género: Bossa/Jazz Pop/Rock
Ana Messias - Voz & Piano
Fernando Salema - Contrabaixo & Saxofone
Alex Barradas - Bateria



Domingo . 28 de Junho . 21h30 . Santo André

Latitude


O Rangel , para além de importante promotor musical na região e músico carismático bem conhecido entre nós, é um velho amigo e colaborador. Muitos foram os projectos musicais que nos trouxe, sempre acompanhado de bons músicos igualmente disponíveis que proporcionaram momentos muito agradáveis de música apelativa e festiva, dando um sentido ainda maior a esta componente, pela cumplicidade que transparece no palco e contagia o público.

Este projecto une artistas com percursos já longos na música ao vivo e com raízes culturais simultaneamente idênticas e diversas. LATITUDE traz-nos uma música portuguesa adocicada com pozinhos de lusofonia.

Rangel- Guitarra e Voz
Zé Carlos- Bateria
Baró- Percussão
Carla Nunes- Acordeão