Bonecos de Santo Aleixo
CENDREV
“A
magia dos títeres é ainda mais surpreendente quando estes pequenos bonecos de
madeira saltam para o cenário do retábulo de madeira e tecidos floridos e
conseguem encantar o público ultrapassando até mesmo a barreira do idioma.
Entre a improvisação que resulta da interacção com o público e a fusão entre a
cultura popular e a escrita erudita, estas marionetas conseguem, na penumbra da
sala, uma atmosfera que parece proceder de séculos atrás. Estes Bonecos
conseguem divertir e entreter o público do século XXI com um reportório que
abrange os autos da criação e cenas como o “Baile das Cantarinhas” e o
divertido “Fado do Senhor Paulo d’Afonseca e da menina Vergininha”, entre
outros. A música, interpretada ao vivo com uma guitarra portuguesa, é outro dos
seus atractivos.”
In Jornal El Adelantado de Segóvia (Espanha)
Estes títeres
tradicionais do Alentejo, são títeres de varão, manipulados por cima, à
semelhança das grandes marionetas do Sul de Itália e do Norte da Europa, mas
diminutos – de vinte a quarenta centímetros.
Os Bonecos de
Santo Aleixo, propriedade do Centro Dramático de Évora, são manipulados por
“uma família”, constituída por actores profissionais, que garantem a
permanência do espectáculo, assegurando assim a continuidade desta expressão
artística alentejana. Conhecidos e apreciados em todo o Portugal, os Bonecos de
Santo Aleixo também já participaram em muitos festivais internacionais em
Espanha, Bélgica, Holanda, Inglaterra, Grécia, Moçambique,
Alemanha, Macau, China, Índia, Tailândia, Brasil, Rússia, México, Itália e
França.
“Na verdade,
nada se conhece comparável a este espectáculo, pelo menos na Europa Ocidental,
onde as famosíssimas marionetas que sobrevivem na Bélgica e na Sicília não
possuem a tal ponto estas qualidades de rigor e fantasia na expressão, nem tão
pouco esta virtude rara de salutar agressividade. Os Bonecos de
Santo Aleixo pertencem a um tipo que é antepassado de toda a espécie, se bem
que as actuais figuras de pau não sejam senão a cópia, datando apenas de 1940,
dos modelos originais de que se conservam os caracteres arcaicos até na
movimentação executada quase exclusivamente por meio de um varão.”
Michel Giacometti
Já vão longe os tempos em que no
Alentejo o teatro dos títeres era uma das poucas diversões das gentes destes
lugares, mas a verdade é que, os “pícaros” e “atrevidos” bonecos não perderam o
brilho e continuam a encantar o público na aldeia de Santo Aleixo que lhes deu
o nome, nesses lugares do Alentejo perdido, onde a memória destas “figuras de
pau” continua a alimentar conversas, mas também em qualquer canto do mundo onde
a magia do espectáculo parece até fazer esquecer a barreira da própria língua.
José Russo
(actor, bonecreiro, director do Cendrev)
FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
Autoria: Tradição popular
Interpretação: Ana Meira, Gil Salgueiro Nave, Isabel Bilou, José Russo e Victor Zambujo
Classificação: M/12
Duração: 70 Minutos
Interpretação: Ana Meira, Gil Salgueiro Nave, Isabel Bilou, José Russo e Victor Zambujo
Acompanhamento musical: Gil Salgueiro Nave (guitarra portuguesa)
Classificação: M/12
Duração: 70 Minutos