SOBRE A COMPANHIA
A Companhia Lucas Locus nasce em 2011, estreia-se com a sua
primeira criação a solo, Boiiiing.
O seu principal impulsionador é Lucas Escobedo, artista alicantino centrado no
mundo dos malabares, na interpretação actoral e no teatro de máscaras,
marionetes e objetos.
Lucas Escobedo, começa a sua formação artística com Andrés
Hernández e Mar Navarro (discípula directa de Jacques Lecoq) e prossegue a sua
aprendizagem no Institut del Teatre de Barcelona, na vertente de Interpretação e Teatro Visual. Daí formou-se com diferentes maestros
(Román y Cía, Moshe Kohen, Patricia Kraus, Jesús Jara, Vaisily Protsenko,
Christian Atanasiu, Sean GandinI, Kati Yla- Hokkala, Maksim Komaro, Lucas
Ronga, Francisco Macià).
A sua experiência profissional levou-o a trabalhar com diferentes companhias como Cía. Aérea teatro, Tragalenguas Teatro, Teatro Circo
Price, Román y Cía, La Société de la Mouffette, Circo de los Horrores, La
Trócola Circ, Cía. Cocotte, Cía. La Debacle. Também participou em distintos
projectos audiovisuais como El Conciertazo de TVE, Babaclub do Canal 9, Io Don
Giovanni de Carlos Saura, Seven Pets para Disney Chanel.
Com esta experiência acumulada, no ano 2011, decide começar
uma nova etapa com a criação da sua própria companhia, Lucas Locus. Desde então
esteve presente em distintas praças, teatros e festivais: Fira Tàrrega, Fira
Trapezi de Reus, Festititeres, Mostra Internacional de Mimo da Suécia, Festival
Títere Madroño, Nigrás Circus Festival de Galicia, Sarnico Festival (Itália),
Majoca Festival (Itália), Festival de Circo e Artes Cénicas de Ecuador.
Actualmente combina os seus projetos de Lucas Locus, com, outros trabalhos como: diretor do espetáculo Potted com a Cía. La Trócola,
diretor de Bellotas, de Cía. Aérea Teatro, actor em Ovidia com La Société de la
Mouffette, actor no Les Rois Fáineants com Cía. Cocotte, redator da revista
Zirkòlika e mebro dos jurados dos Premios de Circo Zirkòlika em 2012 e 2013.
SOBRE O ESPECTÁCULO
“A beleza, se é que aparece na minha obra, não é o objetivo principal. O que sim persigo é a reflexão que o público pode fazer do ambiente
em que vivemos a partir de umas imagens. “
Chema Madoz
Com a criação do espectáculo Habitación 801 gostaríamos de aproximar o mundo da saúde mental do público. Depois de ter convivido com pessoas que sofrem diferentes transtornos,
de ter colaborado com organizações que trabalham com este colectivo, de
investigar através de conversas com especialistas e doentes, acreditamos que vale muito a
pena levar este tema ao palco.
A “loucura” é uma palavra que usamos com muita frequência,
mas que também muito frequentemente contém conotações negativas face à pessoa
doente. O facto de associar “louco” com violência, de considerá-los inúteis e
incapazes, de etiquetá-los demasiado rápido. Com Habitación 801 trabalhamos sobre a surpresa, a outra face da moeda,
o que é e o que parece que é. Assim, ensinaremos como o virtuosismo e a “loucura” podem ir, perfeitamente, de mão dada.
“Vicente, 31 anos, alto, giro, forte como um tigre, a
minha comida preferida são azeitonas e agrado muito às raparigas.” – Assim ele se
define.
A nossa ideia não é
dar lições ao público sobre tudo, mas sim que ele procure uma reflexão sobre o
mundo.
“Cada vez más, he ido despojándome de lo supérfluo
para fijar mi mirada en el objeto, que adquiere un carácter más gráfico y que,
en muchos casos, pierde su esencia aunque sigue siendo reconocible.”
Chema Madoz
Notas de direção
Habitación 801 é um espectáculo de circo e teatro
visual contado através dos malabares, da manipulação de objetos, da magia e da
interpretação com máscaras expressivas.
Os primeiros passos demo-los em 2011 dando forma ao número de
malabares Al outro lado, que foi a
nossa primeira incursão no terreno das doenças mentais. Daí, seguimos aprofundando e surgiu La mente de Vicente,
espetáculo de teatro de rua, onde o protagonista Vicente nos fez viajar por diferentes festivais de Espanha e do estrangeiro: A Mostra Internacional de
Mimo da Suécia, Festival de Artes do Espetáculo e Circo do Equador, Sarnico
Festival em Itália, etc.
Em 2014, três anos depois de começarmos esta aventura de
relacionar as doenças mentais com as artes de palco, estreamos o espetáculo que
fecha este ciclo, Habitación 801.
Encenação
Desde o princípio concebemos Habitación
801 com o objectivo de combinar em cena diversas disciplinas e
querendo que toda a força expressiva da montagem recaia sobre cinco eixos
imprescindíveis: a interpretação, a dramaturgia, a cenografia, a iluminação e o
som.
Interpretação
Temos uma clara referencia no universo
criativo da família Thierree (Le Cirque Invisible e Aurelie Thierree). Assim
juntamos as técnicas circenses procurando uma nova maneira de apresentar os
malabares, apoiando-nos na cenografia e nas peculiaridades físicas e psíquicas
do personagem. Por outro lado, os bonecos e os objectos manipulados, surgirão
casualmente desde a cenografia ganhando vida própria.
Dramaturgia
Elaboramo-la em colaboração entre
artista-intérprete, o director e diversos profissionais do mundo das artes do
espetáculo e da psicologia. Como ponto de partida temos dois livros que
recorremos frequentemente: O homem que
confundiu a sua mulher com um chapéu, de Oliver Sacks, e As vozes do labirinto, de Ricard Ruíz
Garzón.
Cenografia
Consiste no encontro-desencontro do
personagem com um universo de objectos indefinidos mas que, durante o
espetáculo, irão buscando o sentido. Supusemos diferentes estados do princípio
ao final: do mar de objectos mais caótico e as luzes palpitando distribuídas
pela cena, à ordem cartesiana do quarto na final construída com todos os
elementos de partida.
Iluminação
Em Habitación 801 não podemos falar de luz sem falar de sombra. Do
mesmo modo que o protagonista, Vicente, atravessará momentos de claridade e de obscuridade. Uma iluminação que fale de uma doença, de um passado oculto num
presente sobressaturado. Uma luz, também, de sucessos, de conquistas, de
batalhas ganhas. Uma luz transformadora e transformada no percurso do espetáculo.
Som
Na sonoplastia procuramos a força do
sentido auditivo, a rápida conexão entre o que ouvimos e o que sentimos.
Ouvimos uma determinada melodia, um ritmo concreto ou um som característico.
Brincamos com os sons que estão dentro e fora de Vicente, sons que pertencem a
essa Habitación 801 e sons de outros
tempos. Sons, música, barulho e silêncio.