EXPOSIÇÕES
"UMA CARTA COREOGRÁFICA"
de MADALENA VICTORINO
Esta exposição é como uma carta. Uma carta escrita para si. Esta carta quer acordá-lo para a força expressiva e transformadora que o corpo tem. O corpo transporta consigo sentidos escondidos atrás dos seus movimentos, gestos, posturas e olhares.
Seja qual for o contexto, o corpo desvenda sempre partes da
sua identidade, da sua personalidade, da sua condição e dos seus segredos.
Todos estes aspectos se completam e revelam no caminhar pela vida.
Esse caminhar de
cada um compõe no conjunto da população uma gigante paisagem humana em
movimento, através do tempo e do espaço. O corpo fala sem precisar de
usar palavras. Não mente. A comunicação não verbal é, por isso, uma fonte
poderosa de conhecimento. Uma fonte rica, misteriosa e aberta. Ajuda-nos a ler
o outro entre as linhas das palavras ditas.
O que esta carta propõe é uma visita a um conjunto de
corpos, com idades, em situações e condições diferentes, através da linguagem
da fotografia, da pintura e do desenho, que celebram a sua existência.
Para essa
celebração criou-se um grande mapa com nove painéis. Cada um deles ilumina um
ponto de vista sobre o corpo. Lança-se aqui o convite à leitura coreográfica
desta carta.
A palavra coreografia vem do grego antigo e quer dizer “a
escrita do círculo”. Coreo – círcuo, roda, a forma que é mais
perfeita e mágica; grafia – grafismo, desenho ou escrita.
A “coreografia” é o desenho do corpo em movimento. Com a
íris dos nossos olhos, podemos ver e compreender a “dança” que se encontra à
flor da pele destes corpos desenhados, pintados e fotografados…
Estes nove painéis falam do corpo como uma grande adivinha.
Em cada painel, haverá oportunidade para ver, ler e mover-se, para adivinhar ou
intuir o que resulta do cruzamento entre os corpos que vemos e o nosso próprio
corpo. A seguir a estes nove painéis, haverá outros nove que falarão do
movimento do corpo quando este se transforma em dança.
Esta exposição divide-se, assim, entre duas estações:
saltando do sítio da terra, do corpo como adivinha, para o lugar da dança, a
dança como fábula.
Esta exposição apresenta ritmos, gente de uma terra, patrimônio cultural que se desvanece à velocidade de uma geração. Sabedoria ancestral perdida para sempre ou convertida em código binário, empacotada e guardada em poderosos suportes multimédia.
"VADIANDO por aí..."
de RICARDO VALADARES MATTA
Mostra fotográfica de Ricardo Valadares Matta, Nascido na primavera de ´77, em Alvalade, Lisboa, residente em Évora.
Esta exposição apresenta ritmos, gente de uma terra, patrimônio cultural que se desvanece à velocidade de uma geração. Sabedoria ancestral perdida para sempre ou convertida em código binário, empacotada e guardada em poderosos suportes multimédia.
A
superficialidade reina, é hora das pessoas reconhecerem que afinal o mundo tem
asas, existe, não são só histórias através da televisão e internet, pode se
ver, sentir, cheirar, ouvir e desfrutar o seu sabor.
Sozinho
percorro as ruas da Capital Portuguesa,
revejo-me, apaixono-me, encontro-me
na sua
energia, diluo-me nas suas
memórias, na fraternidade de um passado recente, na mudança de um presente em
crise, à sombra de um futuro longínquo que parece que já vivi. Gentes que apesar de
diferentes são ao mesmo tempo tão iguais.
Esta exposição pretende incentivar outros, a sentir nas ruas de Lisboa uma forma
diferente de incorporar a sua
essência, correr atrás de novas
sensações, descobrir o verdadeiro espirito bairrista do povo Alfacinha!