ANIMAÇÕES


As animações musicais e outras performances que antecedem os espectáculos constituem, desde há vários anos, um complemento muito interessante do programa e são uma das actividades complementares que gostaríamos de ver reforçada na Mostra.

O programa que agora se apresenta resultou, porém, de uma situação de recurso a que nos vimos obrigados em última instância, depois de ter falhado uma parceria de colaboração já acordada e para cuja falha não estávamos preparados. No entanto, é gratificante referir que nesta situação, depois do apelo com carácter de urgência aos agrupamentos musicais da região e a alguns amigos mais ligados ao meio, foram muitas e generosas as respostas que recebemos, permitindo assim estruturar um programa alternativo que, sem embargo, garantirá a qualidade que o público espera desta componente do festival.

Por isso, para além de aqui deixarmos o público e justo agradecimento pela disponibilidade solidária e pelo interesse genuíno que sentimos em todos eles, é com grande satisfação que destacamos estes projectos que irão desfilar ao longo dos dias da Mostra, realçando que se tratam de participações graciosas, dado que as reiteradas limitações financeiras não nos permitem compensar, como seria justo, estas importantes colaborações.


PROGRAMA


Quinta . 4 de Junho . 21h30 . Santiago do Cacém


Ensemble Methór


As boas propostas falam por si e propagam-se de boca em boca… o quarteto do Miguel Pyrrait foi-me sugerido sem reservas como uma excelente solução para uma das noites. O contacto telefónico com o Miguel não podia ter uma resposta mais franca e é com muita satisfação que podemos integrar este projecto de música original na voz da guitarra, do contrabaixo, da viola de arco e do saxofone que, estamos certos, muito virá enriquecer este programa de animações.

O que aconteceria se, de longínquas viagens, a linha lógica e racional  do espírito se cruzasse com o pensamento mágico, embriagando-se com o novo mundo então revelado? O que aconteceria  se, de longínquas viagens, a curva de sons de rigoroso contraponto se cruzasse com selváticos rituais onde reencontravam o pulsar da terra e do mar? Talvez o mistério da saudade se revelasse, não como destino, mas como geometria da completude dos lugares dispersos das almas. Formado em Sines, o Ensemble Methórios (do grego antigo, aquele que está sobre a Fronteira) habita aquela zona obscura, onde se cruzam a música popular e a música erudita; a tradição portuguesa e as músicas do mundo; as guitarradas e música de câmara- entre o lugar e a viagem.

Miguel Pyrrait - Guitarra Portuguesa
Bruno Silva - Viola de Arco
Rita Ramos – Violoncelo
Bruna Domingues - Contrabaixo


Domingo . 7 de Junho . 21h30 . Santiago do Cacém


Maria Mirra


O Carlos Silva, que também colaborará com o Paulo Encarnação, propôs-se acompanhar a Maria Mirra numa outra proposta. Foi assim, com simplicidade e sem pretensiosismos que se fez o programa.
  
Maria Mirra é de Alcacér do Sal e começou a tocar Saxofone Alto aos 10 anos de idade, na Sociedade Filarmónica Progresso Matos Galamba, incentivada por um músico da mesma. Poucos anos depois, interessa-se por um novo instrumento, a Guitarra, e desde então não parou de tocar. Aos 18 anos tocou e cantou pela primeira vez num Bar em Alcácer do Sal, do qual Mário Lubrano Vicente era o responsável, quando fazia parte da banda Two Moon, da qual também Catarina Potier e Mario Picaró fizeram parte. Segue-se um projeto com alguns músicos da SFPMG sendo eles José Vaquinhas, Hugo Morais, Vanessa Romão e Mário Picaró, projecto este que foi a palco na Semana da Juventude de Alcácer do Sal. Fez ainda alguns concertos na sua terra. Aos 24 anos revela-se uma nova paixão, o Fado, começando a cantar com Carlos Silva e João Núncio. Nos dias que correm fez uma junção do Fado com a Música Brasileira que apresenta em vários locais…

Género- Fado Bossa Nova 



Sexta-Feira . 12 de Junho . 21h30 . Santo André



Alexandre Pintassilgo 


O Alexandre Pintassilgo, contactado ao final do dia porque foi quando conseguimos o seu número de telemóvel, aceitou participar sem quaisquer reservas, só necessitava ver a agenda de compromissos da banda de Santiago do Cacém da qual é o actual regente. Durante a conversa ficámos a saber que lá por Melides existe também um grupo de música popular que se chama o “Falta um…”, portanto se nos faltar algum já sabemos… 

Alexandre Pintassilgo é um jovem cantautor popular do litoral alentejano, com um espectáculo musical enérgico de canções originais de amor e intervenção político-social. Desde Maio de 2012, voa na companhia do seu bando de 5 músicos, embarcados numa viagem musical entre a busca das raízes sonoras da música tradicional portuguesa e a fusão com os ritmos da world music, impulsionado pela multi-instrumentalidade do bando. As letras, de uma actualidade intemporal, abordam o amor e temas da sociedade contemporânea. Da música de intervenção colhe influências de compositores nacionais e estrangeiros, de José Mário Branco a Raul Seixas, combinando ritmos enérgicos e um ambiente íntimo e descontraído para interagir com o público e apelar à boa disposição.

Alexandre Pintassilgo- voz, ukulélé, trompete
Cristiana Cardoso- acordeão, coros
Fernando Salema- contrabaixo
Pedro Sequeira-  bateria





Sábado . 13 de Junho . 21h30 . Santo André



Portugal Continuum . Performance Teatral . por João Luz


Sempre que é possível apresentamos uma performance teatral ou de dança nesta componente, ainda que as características do local e a falta de condições técnicas para o enquadramento destes espectáculos impeça a apresentação de algumas das propostas.

O João Luz vem da ESTC de Lisboa, à imagem de tantas outras colaborações que temos recebido em anos anteriores, numa relação com as estruturas de ensino superior que gostaríamos de ver aprofundada e enquadrada institucionalmente no futuro.

A minha personagem já sabe de antemão tudo aquilo por que vai passar.
Quem sou eu? Neste preciso momento sou Prometeu. Tornou-se o meu nome no momento exato em que deixei que o fogo fosse a minha queda. Ultrapassei o limite da vertigem, senti o meu corpo cair. O corpo dormente perfurou qual agulha as negras águas. No fígado finquei o olhar, crente que a resposta às minhas ânsias estaria no futuro. Não sabia: estava a mergulhar mais fundo. Águas negras adensaram-se como amarras e agora quedo aqui. Solidão sonora.

“Grande parte dos nossos problemas devem-se ao desejo apaixonado por, e apego a ‘coisas’ que erroneamente apreendemos como entidades duradouras”
Dalai Lama

Texto, criação e Interpretação: João luz





Domingo . 14 de Junho . 21h30 . Santo André


Paredes Meias . com Rui Vinagre e Rodrigo Vilhena 


O Rui é um colaborador habitual nestes programas. A qualidade da sua música e a energia e paixão que coloca nas suas actuações, tanto a solo como na companhia de outros músicos, tem-se revelado uma das melhores soluções para este momento e espaço tão particulares,  evidenciando o potencial da guitarra portuguesa para se impor e tocar profundamente a alma dos espectadores de ocasião, distanciando o instrumento da música de fado a que está vulgarmente associado.

Foi nas salas da secção de fado da Associação Académica de Coimbra que Rui Vinagre em 1997 iniciou o seu estudo sob orientações dos professores Dr. Jorge Gomes e Dr. Miguel Drago. Mais tarde a necessidade de consolidar a sua técnica levou-o a procurar o Mestre Paulo Soares na Escola do Fado e da Guitarra de Coimbra.

A Guitarra foi o instrumento que escolheu para o acompanhar e como guitarrista traçou de forma natural os seus caminhos, dando preferência à aprendizagem do repertório da família Paredes e suas próprias composições, criando projetos como, “Despertar“, TRILHOS – “novos caminhos da Guitarra Portuguesa”, “Paredes Meias”, e Rui Vinagre à Capela, transportando o som da sua guitarra, por vezes desafiando os seus horizontes.

Em “Paredes Meias” apresenta-se com Rodrigo Vilhena, numa proposta musical de características singulares, que surgiu na sequência da atividade de ensino artístico, desenvolvida pela Escola de Artes do Alentejo Litoral, a qual permitiu um entendimento musical de características singulares entre os dois músicos.

O momento instrumental, que irá certamente despertar também sensações nos presentes, tem como fio condutor a execução de criações originais de ambos os músicos e também a interpretação de repertório conhecido da Guitarra Portuguesa. 




Sexta-Feira . 19 de Junho . 21h30 . Santo André


Juka Beats, Richard Beats & Rhadesh 



Uma proposta mais jovem a dar um toque de contemporaneidade a estas animações e uma forma de divulgação destas áreas da criação musical porventura menos conhecidas do grande público. A participação deste projecto revela também o espírito com que se faz a Mostra, em que os conhecimentos em rede permitem abrir portas a um número quase ilimitado de novas possibilidades. 

Juka, Richard e Rhadesh são três jovens residentes de V. N. Santo André. Apaixonados por música electrónica e pela sua produção, nesta intervenção propõem batidas onde reconstroem antigos sons de soul, funk e jazz.




Sábado . 20 de Junho . 21h30 . Santo André

Olive Gorge


- Queres vir fazer uma animação à Mostra?
- Quero sim, eu já tinha intenção de o propor.
É com muita satisfação que voltamos a apresentar este “gato” mais velho, sonoplasta profissional e criador de música electrónica. Há três anos o Jorge fez música com os sons do estrelar de um ovo e da preparação de uma salada… vamos ver o que nos traz desta vez. 

Jorge Oliveira nasceu em Lisboa em 1976 e passou a adolescência no Alentejo onde integra a equipa técnica do grupo de teatro local. Formou-se em Som na ETIC em 1999, adquirindo competências técnicas no domínio do áudio.

É como sonoplasta e na área da pós-produção que desenvolve a sua carreira, tendo colaborado com várias produtoras e em todas as fases de produção, desde a captação à pós-produção. Iniciou a atividade profissional em 1999 tendo participado em diferentes projectos audiovisuais, que vão desde a sonorização de filmes para cinema, anúncios, séries, telenovelas, espectáculos , à criação de bandas sonoras para teatro , cinema e instalações. Desenvolve e participa regularmente em projectos ligados à música eletrónica. 




Domingo . 21 de Junho . 21h30 . Santo André

Paulo Encarnação & Carlos Silva


Associando talento à excelente voz, o Paulo é um apaixonado pelo palco e é um homem da casa, na medida em que também já integrou como actor, diga-se de passagem que talentoso, alguns trabalhos do GATO SA. É sempre um prazer contarmos com os seus projectos musicais e aproveitar a oportunidade para reatar o contacto que a vida nem sempre deixa manter tão vivo como gostaríamos.

Paulo Encarnação nasceu em Carmona em 1973. O fascínio pelo palco começou no teatro, em pequenas peças escolares. Aos 16 anos estreou-se no CETA (Circo Experimental de Teatro de Aveiro). Em 1994, forma o grupo de teatro “Abrupto” no Parque Natural da Ria Formosa, em Olhão e colabora na formação da companhia de teatro “Fech’o Pano”, em Vila Real de Santo António.

Em 2014 surge o projeto “Paulo and Friends” onde tem a oportunidade de se fazer acompanhar de vários músicos e amigos, como os acima mencionados e ainda o pianista Ernesto Rodrigues e o saxofonista Sandro Ferro. Nos últimos 2 anos foi convidado a dar voz a alguns temas nas audições da Escola de Música do Professor Carlos Silva.




Sexta-Feira . 26 de Junho . 21h30 . Santiago do Cacém


Ana Messias Trio

O Salema já conhece o esquema. Gostamos de boa música e projectos interessantes mas não temos dotação para os cachets… no entanto, nunca nos faltaram as colaborações solidárias a enriquecer o festival e ele é um dos “habituées”. Desta vez vem com a Ana Messias e o Alex Barradas e nós agradecemos.

Género: Bossa/Jazz Pop/Rock
Ana Messias - Voz & Piano
Fernando Salema - Contrabaixo & Saxofone
Alex Barradas - Bateria



Domingo . 28 de Junho . 21h30 . Santo André

Latitude


O Rangel , para além de importante promotor musical na região e músico carismático bem conhecido entre nós, é um velho amigo e colaborador. Muitos foram os projectos musicais que nos trouxe, sempre acompanhado de bons músicos igualmente disponíveis que proporcionaram momentos muito agradáveis de música apelativa e festiva, dando um sentido ainda maior a esta componente, pela cumplicidade que transparece no palco e contagia o público.

Este projecto une artistas com percursos já longos na música ao vivo e com raízes culturais simultaneamente idênticas e diversas. LATITUDE traz-nos uma música portuguesa adocicada com pozinhos de lusofonia.

Rangel- Guitarra e Voz
Zé Carlos- Bateria
Baró- Percussão
Carla Nunes- Acordeão